terça-feira, 2 de julho de 2013

Estimulando seu bebê


As mães, os pais, as vovós sempre perguntam: 

* qual é o melhor brinquedo para cada faixa etária de meu bebê 
* Como posso estimulá-lo sem invadir meu bebê? * Como posso distrair meu bebê? 

A primeira coisa é saber como os bebês se desenvolvem e para tanto começo minha frase dizendo: o bebê vai conquistando o controle de sua percepção pela boca, pescoço, espinha dorsal, braços, mãozinha, pernas e pés.
A segunda coisa é explicar em linhas gerais como se dá o desenvolvimento neuro-motor do bebê: 

1º trimestre: controle gradual e progressivo da cabeça/pescoço 
2º trimestre: controle gradual do tronco
3º trimestre: controle gradual da cintura e região pélvica 
4º trimestre: controle gradual do corpo como um todo e principalmente das perninhas Bem, tendo em vista esse resuminho, já podemos falar um pouco sobre estimulação de bebês ou de brincadeira de bebês. Lembrar : as indústrias de brinquedos lançam e investem no mercado do consumo infantil (ou consumo de adultos?) milhões de produtos e nós somos dirigidos a pensar que se não adquirirmos esses produtos, nossos filhos não serão bem estimulados e ficaram menos alegres ou menos inteligentes. 

Na verdade, o melhor estímulo para os bebês é a companhia humana e brinquedinhos simples que podem estimular a criatividade e o lúdico. Portanto, os humanos são os brinquedos preferidos dos bebês. Vamos lá – dica de brinquedos (brincadeiras) por faixa etária RN – 6 semanas: nesta fase a alimentação, o sono e o aconchego da mamãe (e do papai) é tudo de bom e de estimulante para o bebê. Quando você estiver trocando a fralda, dando banho em seu bebê, aproveite para sinalizar o que vai fazer, converse com ele, cante musiquinhas calmas e alegres e aproveite a claridade da janela e o movimento da rua para estimular um pouco os órgãos dos sentidos de seu filhinho. 6 a 12 semanas: enquanto o bebê estiver acordado mantenha-o perto de você – leve-o para o escritório enquanto estiver dando uma olhada no conteúdo de seu computador ou enquanto você faz alguns afazeres da casa. Convide-o para lhe acompanhar até a sala e escutar uma música calma. Caso você perceba que ele está ficando irriquieto, choroso, é sinal que ele já está cansado e quer mamar ou fazer um soninho. Os móbiles podem ser legais neste início de vida, desde que sejam lentos e a musica seja calma e os estímulos luminosos sejam muito suaves ou não existam. Lembrem-se o bebê nessa fase não possui visão tri dimensional. Portanto mega brinquedos não serão úteis neste momento. Não sejam tão afoitos. Evitem chocalhos nesta faixa etária, pois o bebê ainda não fixa a retina e se estressam com o movimento do brinquedo e suas mãos não conseguem agarrá-lo. 3 a 6 meses:que fase linda do bebê – ele brinca sozinho no berço ou no bebê conforto por 15 ou 20 minutos e depois começa a fazer manha. Pode ser a hora da soneca ou então ele deseja mudar de posição ou de estímulo. Está na fase do sorriso cativante e adora quando os adultos sorriem para ele. Gosta de brincar e “conversar” com a mãe e familiares e seu controle de braços e tronco estão mais desenvolvidos e por isso prefere mexer nos brinquedos coloridos dependurados no berço ou no carrinho, gosta de chocalhos e bobes de cabelo (adoram sentir a textura dos objetos). Aprecia que toque seu corpinho, que lhe faça uma massagem relaxante e gosta de descobrir as próprias partes do corpo – ‘as vezes, se machuca e chora com o próprio toque desajeitado. Gosta de ver sua imagem refletida no espelho e adora quando o reflexo de si próprio sorri para ele. Quando está de barriguinha para baixo, ergue o tronco e estica os bracinhos para pegar algo que esteja chamando sua atenção. 6 a 9 meses: o bebê já permanece acordado por cerca de 2 horas seguidas e pode se divertir sozinho ao redor de 30 minutos, mas não gosta de ficar sempre na mesma posição. Adora o movimento dos móbiles, sentir as formas dos objetos, sentar com apoio, vivenciar as formas e texturas dos objetos pelo toque das mãozinhas e pela boca – gosta de jogar as coisas no chão e saber que um adulto pode pegá-las e dar para ele jogar novamente. Apreciam rolar sobre o próprio eixo e alcançar objetos atraentes a distância. Gosta de livrinhos com figuras grandes e coloridas, musiquinhas alegres e principalmente cantadas pela mãe. Solicita o colinho quando está cansado ou entediado. Passeios ao ar livre os estimula e o diverte – favorece o relacionamento social. É uma fase marcada pela mudança de posição corporal: da visão do mundo na posição deitado para a visão de mundo na posição sentado! Pensem, é uma grande conquista para o bebê. 9 a 12 meses: o bebê está rumo a independência relativa – caminhar com as próprias pernas. Brinca por cerca de 45 minutos e seu cérebro parece uma esponja – absorve muiiiiiiiiiiito conhecimento do mundo a sua volta. Adora brincar com cubos de encaixe, encaixa pinos, colocar coisas dentro de caixas e depois tirá-las, encaixa pinos, adora introduzir o dedinho em diversos buraquinhos: almofadas, sofá, TV, aparelho de som – todo cuidado é pouco! Adoram almofadas enormes para se jogar ou se encostar, potes plásticos coloridos e de diversas formas e tamanhos, colheres, caixas de papelão para brincar de entrar e sair, engatinhar pelo espaço disponível e seguro, andar com o apoio de um adulto e explorar o ambiente. É a fase de estranhar as outras pessoas, pois não reconhece nelas o rosto da mãe. É um sinal positivo, porque demonstra que o bebê fez um bom vínculo com sua mãe e sabe que pode confiar neste rosto amigo. Adotam um “objeto de amor” (ursinho, boneco, paninho, ou outro) e dele não se separa, principalmente quando está cansado, quando vai dormir ou quando a mãe se ausenta. Começa a aprender a relação de causa e efeito (se eu fizer isso, pode acontecer aquilo), a introjetar a noção de limites pela aquisição da palavra Não imposta pelo adulto frente a noção de perigo. Está em contato com os meandros da frustração: não conseguir encaixar todos os cubos no lugar certo, o brinquedo não funcionar conforme seu desejo. O bebê inicia o exercício da paciência consigo mesmo e com os outros por meio de tarefas repetidas entre outras atividades. O mais importante de tudo – Brincar é coisa seria para a criança, pois proporciona ajuste emocional, social e permite a exploração segura do mundo que a rodeia, favorecendo o experimentar da vida. 
A experiência de ser cientista, desbravador e aventureiro de um mundo temporariamente neutralizado pelo amor e carinho de seus pais. Brincar é saúde mental. 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Aprendendo a dar banho no Balde

Banho de Balde: banho gostooosoo!



O banho do bebê pode ser um momento de relaxamento através da imersão em água quente como num delicioso banho de ofurô. Dar banho no balde, com água aquecida entre 37 e 38º graus cria uma sensação de retorno intrauterino, tornando o banho relaxante e analgésico, ajudando a amenizar cólicas e propiciar um bom sono ao bebê.

Pode ser dado desde recém nascido, só como banho relaxante com o bebê embrulhadinho, ou nu, para que a higiene seja feita também. Para os recém chegados, o banho no baldinho - ofurô deve ser feito com a ajuda de mais uma pessoa, sendo que uma segura o bebê e a outra faz a higienização. 

Depois, quando o bebê começa a ficar mais firminho, dar banho no balde é muito mais fácil e tranqüilo, especialmente porque o bebê se sente muito mais seguro na posição semelhante à que ele estava no útero materno, fazendo com que ele adore o banho desde cedo!

No inverno, o balde se torna a melhor opção para que os pequenos não sintam o desconforto do frio durante o banho porque ficam submersos com a água aquecida até a altura dos ombros. É claro que nunca devemos deixar a criança sozinha na água, por nenhum momento, uma regra de segurança básica de qualquer banho para bebês, seja na banheira tradicional ou no balde.

Uma opção diferente que pode vir acompanhada de massagem especial para bebês, conhecida como Shantala, além de aromaterapia com óleos essenciais e cromoterapia.

Já existe no mercado um balde apropriado para os banhos no bebê, o TummyTub, porém, dá pra usar um balde de plástico comum de 15 a 18 litros, desde que ele tenha borda larga e alça reforçada.


Acesso: ardimdeom.blogspot.com.br/2010/07/banho-de-balde-ofuro.html



terça-feira, 18 de junho de 2013

ESTIMULAÇÃO PRECOCE


O estímulo precoce, como o próprio nome já diz, tem como objetivo desenvolver e potencializar, através de jogos, exercícios, técnicas, atividades, e de outros recursos, as funções do cérebro do bebê, beneficiando seu lado intelectual, seu físico e sua afetividade. Um bebê bem estimulado aproveitará sua capacidade de aprendizagem e de adaptação ao seu meio, de uma forma mais simples, rápida e intensa.
Todos sabemos que os bebês nascem com um grande potencial e que cabe aos pais fazer com que este potencial se desenvolva ao máximo de forma adequada, positiva e divertida.
Estimular bebê
Para entender este processo, é necessário que entendamos primeiro, com é o amadurecimento do ser humano. Ao contrário dos animais, os seres humanos somos muito dependentes dos nossos pais desde que nascemos. Demoramos mais para caminhar e dominar nosso ambiente. Tudo depende da aprendizagem que tivermos. Apesar da nossa capacidade estar limitada pela aprendizagem, nossas habilidades estão relacionadas à sobrevivência. Sem o aprendizado, nos convertemos em seres indefesos, sós, e expostos a todo o bem ou mal. Por outro lado, se aprendemos, nosso cérebro adaptável, nos permitirá crescer e sobreviver diante das situações mais adversas. 
A estimulação precoce o que faz é unir esta adaptabilidade do cérebro à capacidade deaprendizagem, e fazer com que os bebês saudáveis amadureçam e sejam capazes de adaptar-se muito melhor ao seu ambiente e às diferentes situações. Não se trata de uma terapia nem de um método de ensino formal. É apenas uma forma de orientação do potencial e das capacidades dos mais pequenos. Quando se estimula um bebê, está-se abrindo um leque de oportunidades e de experiências que o fará explorar, adquirir destreza e habilidades de uma forma mais natural, e entender o que ocorre ao seu redor.

Quando e como estimular um bebê

Colocar em prática uma estimulação precoce, é uma decisão absolutamente pessoal. Os pais são os que podem decidir se a querem ou não aplicá-la ao cotidiano do seu filho. No entanto, se decidem pelo estímulo precoce, deverão iniciá-lo o mais breve possível, já que, segundo os especialistas, a flexibilidade do cérebro vai diminuindo com a idade. Desde o nascimento até os 3 anos de idade, o desenvolvimento neuronal dos bebês alcança seu nível máximo. A partir dos 3 anos, começará a decrescer até sua total eliminação aos 6 anos de idade, quando já estarão formadas as interconexões neuronais do cérebro do bebê, fazendo com que seus mecanismos de aprendizagem sejam parecidos ao de uma pessoa adulta. É claro que continuarão aprendendo, mas não ao mesmo ritmo e com todo o potencial de antes.
Todos os bebês experimentarão diferentes etapas de desenvolvimento que podem ser incrementadas com uma estimulação precoce. Para isso, deve-se reconhecer e motivar o potencial de cada criança individualmente, e apresentar-lhe objetivos e atividades adequadas que fortaleçam sua auto-estima, iniciativa e aprendizagem. A estimulação que o bebê recebe nos seus primeiro anos de vida, constituem a base do seu desenvolvimento futuro.
Além das atividades que se aplicam na estimulação do bebê, é muito importante destacar que o ambiente também é uma ferramenta que devemos considerar. O ambiente não é somente um lugar tranquilo, onde se respira respeito, tolerância, paciência, o acordo e a união, também são as pessoas que acompanham ao pequeno. Se o bebê conta com a companhia de pessoas significativas para ele, como é o caso dos seus pais, eles se sentirão apoiados em seu vínculo afetivo, em suas habilidades e destrezas. A estimulação será mais completa.

retirado do site: http://br.guiainfantil.com/estimulacao-infantil/72-a-estimulacao-precoce-em-bebes-e-criancas.html

terça-feira, 4 de junho de 2013

BEBÊ: mês a mês...


"Em nenhum outro período da vida o ser humano faz tantas conquistas motoras, mentais e sociais quanto nos primeiros anos". (Patrícia Cerqueira)


Fernando Martinho
"Os pais ficam loucos por novidades, mas não adianta apressar os passos dos bebês. Cada nova habilidade é o aperfeiçoamento de uma anterior ou a combinação de outras já aprendidas. Segue uma seqüência predeterminada porque quem comanda esse espetáculo é o cérebro, e seu amadurecimento se dá em etapas. Leva a criança a firmar a musculatura dos olhos, depois a sustentar o pescoço, o tórax, até lá na frente ficar em pé. Esse percurso tem a ver com a formação dos circuitos neurológicos, que é induzida pela mielina, uma substância branca e gordurosa que aos poucos recobre as células nervosas. Sua função é agilizar o tráfego de impulsos nervosos entre as células para ativar as sinapses, as conexões que permitem a comunicação entre os neurônios. "Quando isso acontece, os estímulos fazem diferença. Um neurônio pode fazer sinapses com outros dois se a criança não for estimulada. Se for, é capaz de se conectar com outros dez", diz o neurologista Luiz Celso Vilanova. Não é preciso fazer malabarismos. O interesse, o afeto, os cuidados com o bebê são estímulos naturais sempre renovados pelos avanços da criança, que provocam novas respostas nos adultos. Acompanhe a seguir como tudo isso acontece. 

Primeiro mês 

Nesse início de vida, o bebê não controla nem a musculatura dos olhos. De todos os seus sentidos, a visão é a menos desenvolvida, por não ter sido exigida durante a gestação. No recém-nascido, seu alcance é de 20 a 30 centímetros, mais ou menos a distância entre o rosto do bebê e o da mãe na hora da amamentação. A criança não consegue focalizar objetos além dessa medida. As imagens são embaçadas e duplas porque as duas retinas ainda não estão unidas. O bebê é míope. Para ajudar nesse avanço, coloque móbiles coloridos sobre o berço. O olhar do bebê é atraído por objetos em movimento e de cores contrastantes, como preto e branco. Aos 6 meses, a visão estará quase igual à de um adulto. A audição do recém-nascido, ao contrário, é tão boa quanto a dos pais, porque começa a se desenvolver a partir do quinto mês de gestação. O feto escuta os movimentos dos órgãos maternos. A batida do coração da mãe gera ruídos que podem alcançar 95 decibéis. Tanto barulho quanto o de um helicóptero em pleno vôo. Por isso, com apenas 3 dias, o bebê reconhece a voz da mãe e, em 20, emite sons em resposta ou vira a cabeça em direção ao barulho. Com 1 mês, ele registra a seqüência de palavras e, com 8 semanas, será capaz de demonstrar preferência pelo idioma materno. O paladar do recém-nascido também é aguçado. "Ele tem capacidade de distinguir o salgado, azedo, amargo e doce. Gosta mais do último", diz a pediatra Rosa Resegue. Segundo ela, logo nos primeiros dias o bebê reconhece o leite materno entre o de outros seios. Nesse início, pode mamar cerca de dez vezes ao dia e dormir de 20 a 22 horas. A alimentação e o sono entram aos poucos na rotina. Acordado, o bebê parece estabanado e assustado em seus movimentos. Ele não os controla, são reflexos involuntários.  

Fernando Martinho
Segundo mês

Um dos grandes marcos desse período é o sorriso social. "Indica que o desenvolvimento psíquico e afetivo da criança está indo bem", diz a pediatra. É um fenômeno curioso, porque independe do olhar e da receptividade dos pais. "Crianças cegas e surdas também têm esse sorriso", diz Rosa. Além do sorriso, o bebê de 2 meses já consegue levantar o queixo, sinalizando que o controle da musculatura do pescoço está avançando. Tem também o reflexo de virar o rosto de lado se colocado de bruços quando acordado. Outros reflexos, como o de estender o corpo para trás se for subitamente levantado e o da marcha, começam a ser inibidos, porque o domínio sobre os movimentos aumenta. A visão – as duas retinas se fundem – permite ao bebê fixar e acompanhar objetos e pessoas. Ele enxerga a mãe de outro modo. Não apenas o contorno do rosto, como era antes. Vê detalhes, o nariz, a boca, os lábios. É capaz de reconhecer o pai, os avós, a babá. Nessa fase, é importante dar continuidade ao calendário de vacinas, orientado pelo pediatra. É que elas também dependem do desenvolvimento do bebê. Têm datas para ser ministradas porque o tecido que produz a imunidade do bebê, o linfóide, possui uma determinada velocidade de crescimento. "Não adianta imunizar o bebê antes porque o organismo dele não vai conseguir responder à vacina", diz o pediatra Francisco Lembo Neto. 


Terceiro mês 
A boca é o principal instrumento do bebê para conhecer o mundo. Ela discrimina consistência, volume, texturas dos objetos, das pessoas e até das partes do corpo do bebê. Ele ainda não leva o pé à boca, mas as mãos são saboreadas junto com brinquedos moles que já consegue pegar. Os movimentos reflexos continuam a diminuir. O da marcha, por exemplo, é trocado pela tentativa voluntária de seu filho ficar apoiado nas duas pernas quando colocado em pé. A coluna está mais ereta. No final do terceiro mês, o bebê consegue erguer bem a cabeça, o tronco, esticar os braços e movimentar a cabeça à procura de objetos e sons. O padrão de sono muda. A criança dorme 16 horas por dia. Ainda é bastante e existe uma razão. "O bebê precisa disso tudo de sono para não consumir calorias a mais do que as necessárias, já que o seu metabolismo trabalha loucamente", diz Lembo. E, ao dormir, o bebê controla seu desenvolvimento. Ele alterna sono profundo e sono REM (quando os olhos se movimentam). Sabe-se que é no REM que os adultos sonham. Não dá para comprovar se os bebês fazem o mesmo, mas é nessa fase do sono que as células de seu cérebro formam novas sinapses. A atividade cerebral do bebê nesses momentos é tão intensa que, às vezes, ele sofre uma espécie de blecaute, tamanha a quantidade de informações que são registradas. Em atividade, os movimentos do bebê avançam. Ele começa a virar o corpinho para o lado. Já tem noção de profundidade desde que nasce, mas não de perigo, que é algo a ser aprendido. Por isso, cuidado com as quedas. Do terceiro para o quarto mês aparecem os arrulhos ou balbucios. "Quando os pais conversam com os filhos, eles respondem com sons e entonação como se estivessem mantendo um diálogo", diz a pediatra Rosa.

Fernando Martinho
Quarto mês

O bebê passa a dormir praticamente a noite inteira. Durante o dia está mais ativo. Sorri bastante. A boca continua sendo o centro do conhecimento. Ele segue objetos visualmente até 180 graus. Tenta pegar brinquedos suspensos e pode passá-los de uma mão para outra. De bruços, fica cada vez mais com a cabeça firme e equilibrada. Começa a erguer o tórax. As mãos devem se abrir, o que é um bom sinal de desenvolvimento. "Crianças com problemas cerebrais não abrem o polegar", afirma o neuropediatra Luiz Celso Vilanova. O quarto mês traz muitas novidades: o bebê chora quando é deixado sozinho, gosta de brincar de esconde-esconde com a mãe que tapa o rosto com as mãos, explora o corpo, pegando o pé ou os genitais. Tocar os calcanhares indica que ele começa a usar a musculatura da perna. "Um treino que mais adiante será exigido no engatinhar e no andar", diz Lembo. A linguagem avança com a percepção de sílabas e palavras. O bebê nota que os sons são acompanhados pelos movimentos da boca de quem fala. 

Quinto mês 

O principal ganho desse período é girar a cintura. Deitada, a criança primeiro joga a bacia para o lado, depois as pernas e então o corpo. "É um girar desconectado do tórax. Significa que o fortalecimento da musculatura atingiu a cintura", diz o pediatra Lembo. O bebê está perto de sentar. Seus braços e pernas adquirem agilidade, não sossegam durante o banho como os pais podem notar. Os bebês parecem aproveitar esse momento para praticar movimentos rítmicos, voluntários. Essa agitação ajuda a organizar o cérebro, formando conexões entre as células e estabelecendo um padrão para quando ele tiver força para engatinhar. Já fica em pé quando é seguro pela cintura. 

Fernando Martinho
Sexto mês

O bebê começa a sentar com apoio de travesseiros e almofadas, porque tem o controle total da parte torácica e da bacia. Os brinquedos precisam estar por perto. As tentativas para pegá-los estimulam o aprendizado do equilíbrio. A criança interage mais com o ambiente. Não gosta de ficar sozinha e sorri quando alguém conhecido vem em seu socorro. Estica os braços pedindo colo. Deixa as pernas estendidas quando deitada de bruços. A preensão palmar, antes reflexa, torna-se totalmente voluntária. O bebê pega os objetos que deseja. Também chuta, se balança, se debate e bate, esfrega, arranha, se inclina de modo rítmico e repetitivo. Com isso, manda estímulos para o cérebro, que se organizam em informações para o futuro: engatinhar, ficar em pé e andar. O bebê rola sobre si, indicando que o amadurecimento da musculatura está chegando nas coxas. Cuidado com os tombos. O sono já virou rotina previsível. Ele dorme cerca de 14 horas, incluindo as sonecas durante o dia. A qualquer momento, a partir de agora, pode soltar um "mmmmmmmm", que, em geral, é interpretado como: "Ele disse mamãe". 

Sétimo mês 

Quando sentada, a criança coloca as duas mãos à frente do corpo, apoiadas no chão, para ter uma base de sustentação maior. O equilíbrio ainda é vacilante. Se você mostrar um objeto atraente, ela esquece das mãos, pega o brinquedo e tomba. "A queda manda uma mensagem ao cérebro: as duas mãos não podem sair do chão ao mesmo tempo, pelo menos por enquanto", diz o neuropediatra Vilanova. A coordenação motora se refina. O bebê começa a usar o dedo indicador e o polegar para pinçar os objetos. Parece que está escolhendo as coisas ou com nojo. O movimento se estenderá para o restante dos dedos entre o oitavo e o nono mês. A melhora na pega indica que os ossos do bebê estão endurecendo. Quando nasce, eles são flexíveis por terem mais água do que os dos adultos. Entre o sétimo e o nono mês, a criança pode bater palma, mesmo que de forma desengonçada. "Unir as mãos significa ter o controle do ombro e também ausência de problemas cerebrais", diz Vilanova.



Fernando Martinho

Oitavo mês

O poder de compreensão ganha contornos mais concretos. O bebê pára uma atividade quando lhe dizem "não". Entende o significado dos gestos e dos atos. Percebe, principalmente, que é um ser separado da mãe, mas ainda precisa se assegurar de que quando ela some não deixou de existir. As brincadeiras de esconder o ajudam nessa fase, em que demonstrações de estranhamentos com outras pessoas são comuns. Assim como quando estão no cadeirão e jogam um objeto no chão. É outro reforço no entendimento de que as coisas vão e voltam, além de experiências em que a criança aprende sobre distância, som e força. Sua musculatura está mais dura e o equilíbrio, melhor. Ela senta sem apoio e pega objetos próximos sem cair. 

Nono mês 

Engatinhar exige planejamento e logística. Qual perna levantar com qual braço? Resolver aonde ir. Ampliam-se a capacidade e a freqüência de tomar decisões por conta própria. Essa conquista acelera o desenvolvimento intelectual dos bebês. No princípio é engraçado. A criança poderá se arrastar com a barriga porque o controle das pernas ainda não é total. Elas não são tão firmes quanto os braços. Ou engatinhar de marcha a ré, por causa do peso da cabeça, que representa 30% do tamanho do corpo. "Cuidado com degraus", avisa a pediatra Tânia Shimoda. O dispositivo do medo, inato, é acionado duas semanas depois de ela começar a engatinhar, pela experiência ou pelos alertas dos pais.

Fernando Martinho
10 a 11 meses

O desejo de ficar em pé é incontrolável. Para isso, o bebê precisa de três pontos de apoio – duas pernas e um braço, dois braços e uma perna ou dois pés e o apoio do tórax em algum lugar. Ao ficar em pé, a dimensão de mundo da criança se amplia. Os olhos de um bebê que engatinha ficam a 22 centímetros do chão. Em pé, a distância aumenta para, no mínimo, 50 centímetros, ou a altura dele. Muitos pais colocam o filho no andador. "Está errado. A criança poderá ter quedas mais freqüentes ao andar porque não fortaleceu como deveria a musculatura da perna", avisa Lembo." 






terça-feira, 21 de maio de 2013

Piaget


Quando falamos sobre desenvolvimento do ser humano, nos concentramos no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme mostra a  linha evolutiva da Psicologia, tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade.
Dentre essas teorias, a de Jean Piaget (1896-1980), não foge à regra, na medida em que ela busca, como as demais, compreender o desenvolvimento do ser humano. No entanto, ela se destaca de outras pelo seu caráter inovador quando introduz uma 'terceira visão' representada pela linha interacionista que constitui uma tentativa de integrar as posições dicotômicas de duas tendências teóricas que permeiam a Psicologia em geral - o materialismo mecanicista e o idealismo - ambas marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de forma estanque o físico e o psíquico.
Um outro ponto importante a ser considerado, segundo estudiosos, é o de que o modelo piagetiano prima  pelo rigor científico de sua produção, ampla e consistente ao longo de 70 anos, que trouxe contribuições práticas importantes, principalmente, ao campo da Educação - muito embora, curiosamente aliás, a intenção de Piaget não tenha propriamente incluído a idéia de formular uma teoria específica de aprendizagem (La Taille, 1992; Rappaport, 1981; Furtado et. al.,1999; Coll, 1992; etc.). 

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